sexta-feira, 22 de maio de 2009

CONFUSÃO CANINA


Eu tenho duas filhas.
E dois cachorros.
As filhas por vezes se estranham, mas são sempre amigas.
Os cachorros...bem, com eles nem sempre funciona assim.
O mais velho pertence a primeira filha. O mais novo, a filha caçula.
Permití que "Marley" ( nome sugestivo,não? ) viesse porque foi presente de minha irmã e minha caçula havia se encantado com ele quando visitamos a família. Não tinha a exata dimensão do que viria pela frente. Achei que a interação canina fosse fácil ou pelo menos normal. Para mim bastava que cada um tivesse sua caminha, sua vasilha de comida e água, suas donas e seu focinho. Não foi bem assim. Quando o yorkinho Marley chegou,o "yorkão" Luke Skywalker ( afffffffffff ) já estava conosco há quatro anos. Apesar de dócil, tranquilo e não latir muito, Marley revelou-se um sonso. Logo tomou posse,literalmente, de tudo que pertencia ao Luke. O local de dormir, os brinquedos, a vasilha azul e o carinho das meninas. Difícil. E aí começou a saga. Por ser mais velho e entender a posição do filhote, Luke não reagia a mordidinhas, rosnados e dentes à mostra por parte do pequeno. Mas não por muito tempo. Passou a demosntrar claramente que estava de "saco cheio" daquele moleque intrometido e passou a revidar. Marley tem sua caminha e Luke, o que chamo de "poleiro"; é uma tábua suspensa a poucos centímetros do chão e forrada com colchão próprio pra cachorros. Isso evitava que ele fizesse xixi onde dormia e facilitava a higiene do local. Marley passou a dormir aí, desprezando a caminha-berço. A disputa foi acirrada. Quando um descia por motivo qualquer, o outro subia e se aninhava. Um sempre ficava no chão. A solução foi fazer um poleiro maior e comprar colchão novo também. Um a zero pra nós. Marley passou a fazer xixi ( bem feito ) no quarto do "ditador" com quem moro e eu até acharia engraçado não fosse ter que enxugar e acalmar a situação. Mais tarde passei a exigir da caçula a realização desta tarefa. Fechamos a porta do quarto. Aí, passou a mexer em tudo no banheiro e tentar se afogar no vaso sanitário. Fechamos a porta do banheiro. Brigavam constantemente e Luke desenvolveu uma agressividade que jamais tivera. Esta semana acabei com a peleja. Consultei uma comunidade orkutiana de veterinários e adestradores. Responderam-me que muito provavelmente os dois cachorros se consideravam "acima" de mim hierarquicamente e por isso não obedeciam. Ah, é assim? Veremos. Lembrei-me de quando o Luke veio pra nós ainda bebezinho; recusava-se a aprender o local certo pra fazer o pipi e popô. Peguei-o, fitei seu olhar e disse: "Hoje é sábado, você tem uma semana pra aprender, do contrário volta de onde veio". Nem chegou a tanto. Na sexta-feira já acertava o local direitinho. Repetí com os dois agora. Coloquei-os sobre o balcão da área de serviço ( eles temem altura,hehehehe ), fitei-os e disse: " Vocês teem uma semana pra se adaptarem, do contrário, castro os dois". Dois a zero. Dividem a caminha na boa e apesar de reclamarem, brincam com as meninas e se toleram. Luke agora ensina coisas pro Marley,como subir e descer escadas, esconder chinelos ou esperar a caçula na volta da escola. As vezes os pego conspirando e confesso certo temor nestas horas. Só não acertaram ainda quem come na vasilha verde e quem fica com a azul. Não faz mal, a ração é a mesma e talvez sejm daltônicos, vai saber. A única certeza é que agora aprenderam quem manda aqui...quase sempre.

Beijos,

Chris.

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