sábado, 30 de agosto de 2008


Tenho centralizado muito o meu círculo de vícios.

Não me sobra mais tempo pra exercitar o pólo de letras que insiste em meu cérebro.


Tenho sonhado, dormido e nem me lembro que o tempo não pára comigo. Estou numa explosão de medo, bloqueando o pensamento infiel e largo se aproximando da realidade. Eu explico, mas não permito acalentos e sentimentalismo que possam me deixar à deriva na escuridão. É muito difícil o correr das horas, dos dias e não me lembrem que a vida é assim para todos. Sou mesquinha nestas horas, não espalho realidades.


tres semanas, descobrí, durante exame de investigação, que a minha filha de 10 anos está com uma "massa heterogênea" não diagnosticada no rim esquerdo. O rol de sentimentos é imenso,mas talvez tenha sido a surpresa o fator mais consistente aqui. Esperava, sinceramente, uma gastrite ou algo que o valha. Jamais a sombra que se instalou em mim.

Nos últimos dias, incansáveis pra mim mas estressantes, nos dedicamos a idas e vindas à juntas médicas, exames e mais exames, máquinas num entra e sai que, para ela, constitui exaustão e incômodo. Nos primeiros dias após a descoberta de sabe-se-lá-o-que, me rodeada de lágrimas que me fizerem sentir uma ilha onde apenas a noite permeia e monstros nadam ao redor. Mas reagí corajosamente, impus trégua e bloqueio feito um anjo de imensas asas que as mantém abertas e impede a passagem de tudo quanto nos lembre tristeza e dúvida.

Pois é. Mas é justo a dúvida, embaçada, viscosa, latente, que nos faz retesar até a alma e bate incansável à porta de meu coração todas as manhãs. E eu tento,reinvento, sustento, não desisto.

Estamos levando,ou pelo menos tentando levar, uma rotina absolutamente igual antes,porém, separando força e amparo uns aos outros para os dias de hospital. Nada foi mudado,até então, e o trabalho é abraço fraterno indicando dias melhores.

O filme de um passado próximo encanta pela destreza e mágica de sentimentos puros e alegria latente. Eu assisto tudo de olhos fechados e é nesta hora que me concentro em Deus e confio na vitória de minha filha contra este adversário infeliz,mas totalmente fraco diante de nossa força que, junto a ela, embate absoluta e altiva.


Então é isso. As janelas jamais se fecharão em definitivo,mas aguardo um dia de sol quente e brisa fresca pra abrí-las plenamente e deixar entrar o calor de aplausos diante de uma vitória já anunciada!


Meu coração segue em paz, acalentando tão somente o olhar brilhante e macio de minha filha, sua alegria, sua vivacidade e inteligência diante de tudo em sua tenra idade. A perspicácia que lhe é nata e minha fé maior!