sábado, 1 de novembro de 2008

HSE - E800 - L9 - Capítulo 4

Após a cirurgia ( que pareceu interminável para a mãe dela ), Júlia foi para o CETIPE (não me lembro se tinha o "e" no final ), o centro de terapia intensiva pediátrico. Fica no terceiro andar e merece destaque aqui. Verão porque. Vera podia ver a filha e ficar com ela por algumas horas, mas tinha que sair para dormir ou quando o pessoal de lá fazia alguns procedimentos necessários na menina ou em outros pacientes que alí se encontravam. O espaço era bastante restrito visto haver muitas máquinas, alguns leitos, divisórias e pessoal circulando o tempo todo. A simples entrada de um aparelho de rx gerava transtorno e requeria adaptações no espaço. Era uma rotina sem fim e nesta hora, quem acompanhava tinha que ficar do lado de fora da porta de vidro sentado num banco macio à espera de novo chamado para entrar. Quando chegavam alí também aguardavam serem chamados e os pais eram as únicas pessoas autorizadas a entrarem . Lavávamos as mãos e braços e vestíamos um jalecão apropriado para o local.
CETIPE ( com ou sem "e" )
Localizado no terceiro andar do hospital, o CETIPE era reservado para crianças em estado de alto risco e, ou, casos crônicos e graves que requeriam maior vigilâcia. Crianças de zero a dezenove anos, diga-se como certo aqui. Na entrada, duas guardas do próprio hospital restringiam a passagem"filtrando" quem entrava e o que faria alí. Do lado de dentro,caminhava-se até um hall e dobrava-se à direita indo até o final do corredor onde estava a porta de vidro. Se olhássemos para o lado oposto a visão parecia infinita. Extenso corredor para ambos os lados. No caminho, via-se "boxes-quartos" onde ficavam pacientes crônicos ou em tratamento e seus acompanhantes, em sua maioria mães. Não vou me alongar muito nesta descrição, até porque evitei instintivamente não me ocupar tanto do campo visual neste local nem expôr a minha curiosidade a tanto. Mas deu pra ao menos me inteirar de que eram casos realmente muito graves e com os quais eu não gostaria de lidar jamais.
No final do dia de sexta-feira, Vera subiu e nos falou de sua menina, que estava bem e que ela iria descansar e estar bem na manhã seguinte para voltar ao lado da filha. Ótima decisão, o melhor era mesmo dormir um pouco, comer algo no dia seguinte pela manhã e encarar corajosamente a situação. Aliás, mais tarde eu perceberia o quanto aquela mulher era forte e inteligente. Simples, humilde, oito filhos e uma verdade incontestável.
No sábado à noite, começariam os procedimentos pré-operatórios de Luísa.
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