sábado, 22 de agosto de 2009

ESCOLHAS

Sou mais uma exilada de sábado a noite, então aproveito que acabei de vir de uma sessão pipoca com a filhinha e "bateu" aqui uma questão pessoal mas que muita gente por aí se identifica,com certeza.
O filme "Era do gelo III" ( há muito queria ver também,sou louca por estes filmes,hahahaha), muito engraçado e com boas lições. Vale a pena conferir.
Tenho mania de analisar algumas cenas e seus diálogos. Uma em especial deixou-me reflexiva até agora. O esquilo que persegue a noz desde o primeiro filme encontra uma companheira de cena, uma fêmea e...bem,não vou contar as cenas dos dois, hilárias por sinal, mas o que vinha implícito ali. Estranho pois foi exato nisto que pensei a semana inteira. A escolha que fazemos por estar sozinhos, em nossa companhia e de algo que nos fale mais alto,nos dê maior prazer no momento. Saber enxergar a felicidade sem contar com uma outra pessoa é algo fantástico. Não vejo egoísmo nisso. Não faço apologia à solidão, mas é reconfortante saber que estamos bem estando sozinhos. Algumas vezes fazemos escolhas equivocadas e é muito boa a sensação de sairmos delas sem feridas e em prol de algo que nos reconforta e dá mais alegria e satisfação. Ou nem isso, apenas o deslizar de novas idéias,novas metas fazendo crer que sempre haverá possibilidades do lado de lá. Nem sempre teremos a chance de voltar ao ponto de partida e no entanto nos basta a condição de poder resguardar nosso direito de escolha. É isso que vivencio no momento. Gostar de mim, de estar comigo e com todas as minhas manias, meus livros,minhas escolhas. Ter ficado ao lado de outra pessoa por muito tempo me garante agora a opção de estar escolhendo ficar sozinha. E mesmo depois de ter tido outra companhia, poder voltar atrás e reaver esta condição. Me encontrei mais seletiva, menos ansiosa por acertar e isto vem me garantindo melhor adaptação ao meu "eu" verdadeiro que havia sufocado nos últimos anos. Como o esquilo do filme que não se rendeu a sofismas da outra, escolhí mas não correspondí a expectativa do outro, tampouco me adaptei a nova perspectiva e voltei pra minha "noz". Isso acontece, está no contexto desta busca do ser humano. O bom de tudo é saber que pode voltar, que a janela estará aberta e a "noz" me esperará onde estiver,pois é meu objetivo inicial. Se encontrar quem compartilhe disso comigo sem me impedir, tolher ou exigir demais, será perfeito. Se não, fico comigo mesma pois aprecio por demais o que me cabe, as maneiras de agir e pensar que me acolhem, as ações comedidas, o dia de trabalho e esta diversão totalmente despretensiosa com a filha. Vejo como uma nova fase, nada permanente mas que constitui meu caminho neste momento e das coisas as quais não abrirei mão.
Lamento pela "dona esquila", embora ache que o esquilinho foi mais condescendente. E não sou machista, nem vem!!

Cris.

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