Voltei. Foi um tempo de reclusão necessária, pensar e repensar. Mas adivinhem,nada mudou; eu sou o que sempre serei,tão somente me levo de um lado a outro arrastando as asas quando não há vento que me impulsione. E segue a vida.
Hoje me sinto um aeroporto. Dos grandes. Pessoas veem,passam,umas chegam,outras partem. Há lágrimas, risos, abraços, caretas e disfarces por todos os lados; bagagens as mais variadas, coloridas, preto e branco, alegres ou sérias demais, grandes,pequenas e há também a ausência total de bagagem, existindo só as “de mão” mesmo. Um movimentado terminal onde a regra é não estar sozinho jamais. Minha vida tem sido assim. Quando começo a me acostumar com alguém,sentir-me à vontade em sua presença...hora de partir!
Quando quero que outro decole rápido...fica que nem avião descartado. Há os que são feito bagagem desviada...encostam, permanecem até que seu dono apareça. Tem as malas pesadas, as frasqueirinhas, os pacotes enormes e as caixas de presente pra despachar. Tem de tudo. Tem os adiantados demais, os atrasados e os que perdem o voo. Difícil é a tripulação, sempre de passagem mesmo. Há os que gritam para serem ouvidos, a voz que chama para o embarque,que anuncia aterrissagens e há também os que dizem sua verdade sem ao menos palavras soltar. E é no intervalo entre tantas passagens que me observo calada,quieta e pensante, naquele canto esquecido onde repousam aeronaves que um dia brilharam nos céus...agora descansam em paz abandonadas e perdidas no tempo. Constituem a parte triste do aeroporto, a incerteza de que algum dia possam voar novamente. Aí está a parte dos sentimentos, daqueles que passam por mim, notórios e felizes,úteis e procurados,mas que se estabelecem na causa obsoleta do tempo e da plenitude.
Um aeroporto, apenas um. Não muda de lugar, não se faz ouvir, mas está na vida de todas as pessoas que o procuram. Passam, ele fica.
Bjus sabor retorno,
Chris.
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