quarta-feira, 10 de junho de 2009

CARTA PRA VOCÊ - II

Oi, voltei.

Guardei sem querer algumas palavras e antes que atire às mágoas, fiz por bem deixá-las aqui. A raiva passou, claro, sou um ser humano que não consegue seguir adiante guardando supérfluos desta natureza. No entanto, reserve-se cautela!
Vim buscar o vazinho de violetas que esquecí na varanda, foi o último presente do meu jardineiro antes de partir, portanto, justo é que não o deixe a própria sorte.
Percebo-lhe certo abatimento...bem o falaram. Olha, isso passa, ainda tem por aí muitos que acreditam em você, lhe entregam a sorte e confiam a vida. Trabalho não lhe faltará, muito menos companhia. Notei que consertou as portas e limpou as vidraças. Bom pra você.
Queria apenas dizer que não quero mais a saudade que me deu no último dia dos namorados; também não posso guardar os beijos ardentes daquela paixão; os desencontros não são mais confortáveis e as lágrimas pode devolver ao pote de cristal na sua estante. Trouxe a solidão que você fez questão de me deixar durante aquele inverno,lembra? Ela não cabe mais em mim, o espaço foi totalmente preenchido pela auto-estima. A tristeza que estendeu no tapete foi aniquilada por um novo sentimento repleto de amor e afeto, veja você, nem é tão imponente assim mas coube em mim e me fez iluminar. Sou só alegria agora. Também não posso mais acariciar-lhe a vaidade pois meu ego não acha mais graça nisso.
De tudo fica o que concebemos juntos e que não terá mais fim: A verdade. Fique com a sua, recoloco a minha em meu carinhoso coração. Talvez haja tempo para nos encontrarmos um dia. Alguém aqui falou que você sempre encontrará um jeito de me ver, de se fazer sentir. Duvido, sou teimosa e esta era a única qualidade em mim que você apreciava. Contudo, vou deixar um rastro permanente de felicidade. Se não lhe incomodar, pode seguir. Não conte que o abrigarei novamente, posso apenas não ser arrogante em sua presença. Melhor mesmo não pautar desafios...vai que você os aceite...

Chris.

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