Termina a festa de natal, outra se prepara.
Não cheguei a pensar nas mudanças e lá veem outras. Estou mal.
O mundo conspira e já percebo outra onda que me levará contra o rochedo. Mais mudanças. Imensas!
Uma hora eles alçam voos solitários,buscarão novas aventuras e novas perspectivas de vida. Falo dos filhos, das nossas emoções, daquelas perninhas frágeis que um dia ensinamos a caminhar,daqueles bracinhos pequenos que nos apertavam pra não cair. Filhos! A mais nova desperta olhares maliciosos, a mais velha prepara as malas. Que malas? Tenho a sensação de que sempre estiveram prontas,desde que nasceu. Fui colocando nelas tudo o que imaginava ser útil quando partisse. Não sei se lembrei de tudo, minha mãe tentou,quase acertou mas tive que improvisar e guiar-me pelo coração muitas vezes. É uma matemática generosa,de conceito pueril,mas guarda a somatória de um aprendizado diário e competente. Vou sentir saudade. Vou chorar muito. Vou me arrepender de coisas que não fiz e me orgulhar sempre de muito que eu conseguí fazer! É como treinar exaustivamente pra um campeonato, vencê-lo e saber que não seremos nós a levar o prêmio final. Tão somente vencer pra que outro tenha uma vida melhor,segura e confiante. É agraciar o mundo com lances geniais e presenteá-lo com um ser humano de verdade que investirá sempre no melhor para todos. Eu sabia que este momento chegaria e até torcia por ele, no entanto, acalentava a doce ilusão de não ver a distância entre nós. Estou de fato bastante orgulhosa, mas a sensação que chega é a de "perda". Quando nascem quer nos parecer que nos pertencem,guardamos em nossos braços na real intenção de dizer ao mundo que são nossos. Mas não são, eu sabia! Nada a cobrar,nenhuma discordância. Só a saudade que eu vou ter que juntar e torcer eternamente pelas vitórias que ela colecionará.
Alguém lhe disse que "os barcos ficam lindos e seguros sempre no porto, mas não foram feitos para isso". Então que naveguem! Mas quem falou, esqueceu de dizer também que é preciso voltar de vez em quando e que o tempo leva consigo os portos mais velhos. Portanto, revê-los antes que não mais existam faz parte desta navegação e constitui até um ato de bondade e generosidade!!
Seja feliz,minha doce menina, adorável criatura que Deus me confiou! Fiz o meu melhor, espero que tenha sido suficiente. Muitos beijos!
Cris "mamis".
Cristais são feito olhos apaixonados cintilando ao efeito da luz para aqueles que o admiram!!! São meus textos, são frágeis e se partidos ao chão não mais se acomodam à vida que antes havia! Cristais são palavras mantidas com carinho e facetadas para que jamais se esqueçam que pela terra passei!!!
sábado, 26 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
MUDANÇAS
Mudanças são necessárias(?).
Eu não "trabalho" bem as mudanças. Não houve terapia que desse jeito. Dizem que estamos em constante mudança,até as pedras mudam; mas e aquela história de "nada muda,tudo se transforma"? Então acho que sou pedra. Sou muda.Sou surda. Sou assim, já vim transformada. Entre uma estação e outra,ia pensando numa forma de me sair bem com a mudança de colégio de minha filha. Perguntei-lhe várias vezes se ela queria isso mesmo e coisa e tal. Exasperada,a menina disse estar achando que era eu quem tinha dúvidas. Esperta, muito sagaz! Nisso que dá desenvolver a inteligência dos pequenos. E era eu mesma, negar o que, a evidência?
Argumentos eu tinha, mas os da outra filha e das notas da pequena eram bem maiores. Elas venceriam fácil mais este campeonato. E tinham razão, com o futuro não se brinca,não se vacila. Era agora e não poderia ser adiado. Mas é uma mudança. Das grandes. Bairro, amigos, caminho, preço, uniformes, horários. Fui ao antigo apenas pra acelerar os papéis necessários e me dei conta do tamanho da encrenca que me aguardava. Muitas mães vieram falar comigo, teve aquele burburinho natural,sabe como é, perguntas,respostas, desdéns. E eu alí, olhinhos marejados, coração apertado. O espaço era fantástico, tudo sempre bem organizado, "temperado", tanta gente conhecida, foi dando um nó na garganta. Ia sentir saudade. A primogênita formou-se ali, tudo era muito familiar. E agora, a pequena precisa mudar, outra escola mais ativa,média maior,um preparo pra universidade. Mas o espaço era menor. "Isso não é tudo o que conta", argumentavam. Como se o meu coração soubesse a diferença. Eu sabia que não. Se pudesse escolher, ficaria tudo na mesma. Não posso ser intansigente, minha filha merece algo mais. Então estou a caminho do outro, do novo, das possibilidades. Não é assim que tem de ser? Pois então.
Beijus (espera aí que caiu um cisco no meu olho. Nos dois.)
Dona Cris.
Eu não "trabalho" bem as mudanças. Não houve terapia que desse jeito. Dizem que estamos em constante mudança,até as pedras mudam; mas e aquela história de "nada muda,tudo se transforma"? Então acho que sou pedra. Sou muda.Sou surda. Sou assim, já vim transformada. Entre uma estação e outra,ia pensando numa forma de me sair bem com a mudança de colégio de minha filha. Perguntei-lhe várias vezes se ela queria isso mesmo e coisa e tal. Exasperada,a menina disse estar achando que era eu quem tinha dúvidas. Esperta, muito sagaz! Nisso que dá desenvolver a inteligência dos pequenos. E era eu mesma, negar o que, a evidência?
Argumentos eu tinha, mas os da outra filha e das notas da pequena eram bem maiores. Elas venceriam fácil mais este campeonato. E tinham razão, com o futuro não se brinca,não se vacila. Era agora e não poderia ser adiado. Mas é uma mudança. Das grandes. Bairro, amigos, caminho, preço, uniformes, horários. Fui ao antigo apenas pra acelerar os papéis necessários e me dei conta do tamanho da encrenca que me aguardava. Muitas mães vieram falar comigo, teve aquele burburinho natural,sabe como é, perguntas,respostas, desdéns. E eu alí, olhinhos marejados, coração apertado. O espaço era fantástico, tudo sempre bem organizado, "temperado", tanta gente conhecida, foi dando um nó na garganta. Ia sentir saudade. A primogênita formou-se ali, tudo era muito familiar. E agora, a pequena precisa mudar, outra escola mais ativa,média maior,um preparo pra universidade. Mas o espaço era menor. "Isso não é tudo o que conta", argumentavam. Como se o meu coração soubesse a diferença. Eu sabia que não. Se pudesse escolher, ficaria tudo na mesma. Não posso ser intansigente, minha filha merece algo mais. Então estou a caminho do outro, do novo, das possibilidades. Não é assim que tem de ser? Pois então.
Beijus (espera aí que caiu um cisco no meu olho. Nos dois.)
Dona Cris.
Assinar:
Postagens (Atom)