sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O TEMPO QUE VAI E QUE VEM...OU NÃO!

Há um tempo pra reflexão do nosso cotidiano e há o tempo que não regenera,não exonera nem desmistifica as diferenças. Vejo isso agora,enquanto observo minha filha caçula com ares de expectador enfadonho por estar repassando o mesmo filme. E é mesmo engraçado,não fosse a generosidade da natureza em tê-la feito tão diferente da irmã embora a matéria-prima fosse a mesma.

Minhas filhas me fazem vivenciar duas realidades distintas,porém, o abismo que as separa na etapa de tempo, por vezes se confunde na planície das situações. A mais velha está se formando jornalista, árduo caminho até aqui mas já colhe bons frutos da persistência e comprometimento; a caçula começa este ano nova etapa,exatamente a mesma em que se encontrava a irmã quando ela nasceu. Oportuno? Talvez. O colégio é o mesmo, a ocasião,diferente. E observando a caçula dormir após almoçar me fez rever a mesma cena de dez anos antes. Isso me faz deduzir que não há tempo que modifique certas coisas ou atitudes. Depende somente de nós.

Ouço a pequena narrar o dia na escola, nomeia matérias,lista professores, cerca a perfeição! E tudo é como antes, alguns professores são os mesmos, o primeiro dia de aula é apenas pra integrar, as colegas são ciumentas,algumas desdenham, etc,etc,etc. Vejo-me há dez anos atrás,ouvindo frases firmes e aos poucos desconexas diante do sono eminente. Meus olhos marejam, lembro de dias distantes, se melhores ou piores não importa mais. É como um armário que se abre e vai surgindo aos poucos o que alí está guardado. Uma expedição ao vale das lembranças, da poeira e da chuva. Mas convém fechar a porta lentamente, sem bater, deixando guardados os melhores momentos daqueles anos, os sorrisos de minha primeira princesa e a expectativa pela chegada da segunda.

O tempo é a minha visão e textura. Trabalho-o na condição de mutante experiente, ele se adapta a mim, eu clareio e escureço a meu melhor entender. Se chove, abro a janela, sem medo de chorar! São doces as recordações de agora e enquanto ela dorme, tento rememorar o que vinha depois, busco nas lembranças a alegria matinal na hora do recreio. Fecho o armário,mas convém abrir as janelas do coração, não se adivinha a emoção nem se poda a flor do recomeço!

Beijos doces.




Um comentário:

andre disse...

OI cris achei vc muito legal, parece uma pessoa muito maravilhosa ......inteligente, e criativa....